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domingo, 3 de janeiro de 2010


Da série 7 pecados capitais..

Soberba
 
Soberba é, por assim dizer, o próximo estágio do orgulho numa escala de sentimento auto-contentativo. Evidentemene esse sentimento pode vir de diversas fontes: dinheiro, dinheiro, dinheiro e dinheiro. Tá, brincadeira, tem mais coisas além do dinheiro, como o dinheiro. Na verdade até tem, vamos dizer, o seu corpo.. se uma pessoa tem um corpo, ou ao menos uma parte dele com a qual se sente bem (em outras e mais precisas palavras, "superior"), a exposição dele, ou desta parte, pode ser uma forma de soberba. Mas again, pode-se comprar o corpo "perfeito", então dinheiro resume bem a coisa toda.

Depende da situação. Mas dá pra dizer sem muito medo de errar que as pessoas em geral usam roupas que favoreçam o que gostam nelas mesmas, né? Pra fazer mais sentido pode-se pegar o exemplo da praia. Mulheres que sabem que são gostosas raramente não exibem isso o máximo possível, concorda? Não estou julgando, no entanto.

Na minha não tão humilde opinião, se você tem algo de bom (principalmente se foi algo conquistado com esforço próprio) não tem vergonha ou erro nenhum em comemorar e eventualmente causar inveja aos outros se exibindo. É claro que isso pode acarretar um sentimento de repúdio a você em outras pessoas, mas aí é uma questão pessoal, depende da sua disponibilidade a não se incomodar com isso. Também pode não ser conveniente afastar pessoas causando inveja a elas em determinadas situações, por uma questão de interesse, isso deve ser óbviamente levado em consideração.

Mas, partindo pro contexto religioso, como a soberba é encarada? Essa foi retórica, então, continuando...

Então, será que não existe soberba na igreja? Agora vai complicar. Eu poderia dizer escrever que as igrejas em si já são uma puta de uma soberba do caralho, com todos aqueles ornamentos, arquitetura foda, tamanho colossal, enfim, poderia me basear na grandiosidade das igrejas para questionar se isso por si só já não seria soberba. Mas óbviamente a réplica por parte dos interessados em replicar seria que "Não exatamente, já que a igreja é uma forma de exaltar a deus, não é algo de que -teoricamente- um ser humano se sentiria orgulhoso de, e por tabela classificado como soberba.". Perfeito, concordo em gênero, número, grau, unidade, posicionamento global, relevância e todo o resto.

Nota: A foto acima retrata o contraste entre as construções regulares de um lugar em comparação com a igreja do mesmo local, pode-se notar uma ligeeeeira diferença, né? Enquanto isso, a foto abaixo mostra a que ponto a coisa pode chegar. Trata-se do Kölner Dom, uma igreja em Köln, na Alemanha que eu já tive o prazer de visitar (afinal, mesmo sendo uma igreja, ainda é muito bonita). O único motivo para eu comentar isso (não está relacionado a uma demonstração de soberba minha) é que eu gostaria de ressaltar como eu NÃO consegui enquadrar a igreja inteira em uma foto, mesmo depois de recuar metros e metros e metros e metros. Realmente é GIGANTESCA. Portanto a foto dela, como todas as outras postadas aqui geralmente não são minhas.


Ok, muito bem defendido que a igreja -teóricamente- não é soberba para seus acéfalos freqüentadores. Mas nem era aí que eu queria chegar. Para salvar os humanos, teve que se jogar a soberbidade da igreja (que existe, havemos de convir) para deus. E era só isso que eu queria. deus nos impõe regras e diz que a soberba, entre outros, é um pecado que leva a outros pecados, podendo estes outros serem imperdoáveis. Mas que deus é este que faz questão de mostrar que ele é o único que pode ir contra as regras que ele mesmo impõe a outros (perdão pela overdose de "quês")? Isso por si só já é, inclusive, mais uma demonstração de soberba. Um deus, na minha visão de ser perfeito, deveria ser perfeito (dãã), onipotente, onipresente, onisciente e humilde (não humilde no sentido de se rebaixar, mas sim no sentido de ser verdadeiramente justo e inequívoco mesmo não se colocando num patamar acima da sua criação).

Eu tava aqui relendo o texto, e me dei conta que os milagres também são demonstrações que deus pode quebrar as regras que ele mesmo criou. Aí você pode me dizer que os milagres são bons para os que os recebem (tudo isso partindo do princípio que eles realmente acontecem e graças a deus), portanto deus é bom. Mas é claro que eu posso lembrar que a quebra da lei (a.k.a. milagre) só se deu por algum motivo e ele sentiu vontade de contrariar a regra que ele próprio criou. Ou seja, a quebra da regra só se deu por funcionalidade duvidosa da própria, e levando essa idéia pra frente constata-se que deus reconhece sua incompetência ao realizar um milagre.... além de cometer soberba (quase fugindo do assunto aqui...)!

Ainda tem outros pontos além das igrejas serem exageradas. Toda a paramentação dos clérigos, todo o ritualismo, enfim, dá pra encontrar várias outras coisas no corpo das igrejas que simplesmente são soberbosas. Claro que eu esqueci completamente dos humildes monges que vivem em celas calçando sandálias e não comendo mulheres (será mesmo possível?), mas eles são exceção, então.. foda-se, já chega desse assunto.

Ainda, da série 7 pecados capitais:
Luxúria


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